Em todo o país está sendo promovida a campanha “Setembro Verde”, sobre o reconhecimento e a valorização da doação de órgãos. Para chamar a atenção para a importância do assunto, o deputado Doutor Hércules (MDB) fez um pronunciamento na sessão ordinária híbrida desta quarta-feira (22), desmistificando o tema e trazendo informações relevantes para as pessoas que ainda estão em dúvida sobre ser ou não ser um doador.
“Nós temos que incentivar as pessoas a doar órgão. É preciso que as pessoas tenham consciência de que ninguém vai tirar um órgão de uma pessoa que poderá sobreviver. Existe um protocolo, existe uma equipe multidisciplinar, que vai observar, que vai ver a morte encefálica. A morte encefálica é incompatível com a vida”, salientou.
O médico lamentou que muitas pessoas fiquem inseguras na hora de dar a autorização para a doação de um órgão de seu ente que faleceu. “Tem gente que fala assim: ‘poxa vida, eu vou deixar tirar um órgão do meu filho, do meu pai, da minha mãe e ele vai ser sepultado faltando aquilo’. Mas pra que serve aquilo depois que ele morreu? Não serve pra nada”, ressaltou.
O parlamentar endossou a seriedade com que o Sistema Único de Saúde (SUS) trata a fila de pessoas que estão à espera de um órgão. “Um dos serviços mais sérios que nós temos no Brasil. Não tem como furar fila, não tem dinheiro que compre um órgão”, afirmou. Quanto à fila de espera no Espírito Santo, o deputado disse que 1.110 pessoas aguardam por um transplante de rim, 14 por um fígado, 4 por um coração e 409 por córneas. “Converse com sua família, porque, depois de morto, você não tem mais como falar”, finalizou.
Álbum de fotos da sessão ordinária
Rio Doce
O deputado Marcelo Santos (Podemos) fez uma denúncia de descuido por parte do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) em relação ao Rio Doce. De acordo com o parlamentar, são derramados 240 litros de esgoto a cada segundo no rio, no município de Colatina. “Isso é uma culpa única e exclusiva do Iema que não emitiu a licença para que a estação (de tratamento) pudesse funcionar”, apontou.
O presidente da Comissão de Infraestrutura endureceu o discurso e cobrou ação imediata do governo para resolver a situação. “O Iema dá muito mais valor ao rito do que à causa, e aí não emite uma licença para funcionamento de uma estação de tratamento de esgoto, porque ele prefere que o esgoto continue sendo lançado ‘in natura’, poluindo ainda mais o Rio Doce”, disse.